Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a Bahia é o estado com a maior população negra do Brasil, com 80,2% dos habitantes se autodeclarando pretos ou pardos. Essa significativa representatividade ressalta o papel histórico e cultural da população negra no estado, que é também um importante cenário de debates sobre racismo e políticas de igualdade. No entanto, essa realidade também expõe os desafios contínuos no enfrentamento da desigualdade social e na luta contra a discriminação.
Apesar deste dado, apenas 77 prefeitos eleitos no estado apresentam propostas específicas voltadas para a promoção da igualdade racial, segundo levantamento feito pelo Bahia Notícias. Esse número representa uma discrepância significativa entre a composição racial da população e a prioridade dada às políticas públicas para enfrentar o racismo estrutural e promover a inclusão social.
Apenas 46 municípios, citam diretamente o combate ao racismo. Entre as propostas estão a criação de “políticas voltadas a igualdade racial”. “Implementar políticas públicas inclusivas para garantir a representação e os direitos da população LGBT e grupos raciais minoritários em todas as ações, programas e projetos da gestão municipal; estabelecer mecanismos para combater o racismo institucional em todos os níveis de governo”, propõe Débora Regis, prefeita eleita em Lauro de Freitas, por exemplo.
Em 17 planos, os líderes eleitos propõe ações para enfrenar o racismo estrutural. Entre estas cidades estão, Salvador, Mairi, Alagoinhas, Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Camaçari, Maragogipe, Lauro de Freitas, Mansidão, entre outras. Em seu plano de governo, o prefeito reeleito da capital, Bruno Reis (União Brasil), se propõe a “Implementar o Programa Anti Racismo desde a primeira infância”.